Wan Chagas (1952-2024)

Wan Chagas

O perfil da Churrascaria Palace publicou nota de pesar sobre o falecimento do músico Wan Chagas:

Wan Chagas (1952-2024), nosso amigo de longa data, partiu para o plano superior como ele gostava de chamar. 🌹

Foram 25 anos de parceria. Nas noitadas e nas suas famosas “domingueiras” unia todos ao redor do piano. Perguntava de onde vinha, pedia uma sugestão musical e fazia questão de apresentar um a um os ícones da Bossa Nova (do mural que fica logo acima) e celebrar a música brasileira.

Com seu carisma doce e generoso convidava a dividir o piano e o microfone. Foram inúmeras canjas de clientes, músicos e artistas como João Donato, Marcos Valle e Lulu Santos. Amava ver as pessoas vibrando, dançando, cantando. Chamava isso de “catarse”.

Nos intervalos da Palace prestigiava o show dos amigos no Beco das Garrafas (que fica no mesmo quarteirão) tocando flauta ou apenas aplaudindo. Sabia conectar pessoas como poucos, um dos seus inúmeros dons.

Carioca da gema, artista da noite de Copacabana, torcedor do América, Salgueirense e fundador do Simpatia É Amor. Um símbolo mais que autêntico da nossa boêmia.

Vai ao encontro do Eterno, Wanzinho. Sua alegria só muda de plano. Te amamos! ❤️

Família Palace

Sepultamento: 21/02/2024, às 15h no Cemitério São João Batista, em Botafogo.

Artistas nos transportes: Lei Estadual 8120/2018 considerada inconstitucional

De acordo com o Diário do Rio, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro considerou inconstitucional, em 25.06.2019, a Lei Estadual 8120/2018 que regulamentava as manifestações culturais nas estações e vagões de trem, metrô e nas barcas. Com isso, esses artistas não podem mais se apresentar nesses locais:

Esse tipo de apresentação estava autorizado por uma lei aprovada em 2018, e, na época, foi questionada na Justiça pelo então deputado estadual Flávio Bolsonaro, que agora é senador.

O texto da lei define que são consideradas exibições culturais: apresentação musical vocal, apresentação musical instrumental, apresentação de poesia, teatro, dança e outras manifestações artísticas.

Leia mais clicando aqui.

No portal G1:

O Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) considerou inconstitucional a Lei Estadual 8120/2018, que regulamentava performances artísticas em estações de barcas, trem e metrô . A decisão foi divulgada nesta segunda-feira, após uma ação movida pelo então deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL), hoje senador, como informou o blog do jornalista Ancelmo Gois .

“A cada um cabe escolher, de acordo com os seus valores e convicções, que tipo de arte e em que momento pretende assisti-la, não sendo razoável ou proporcional qualquer imposição, haja vista a possibilidade de simplesmente pretender exercer seu direito ao sossego, o que não é possível, diante da exposição a gritarias e ruídos estridentes de aparelhos musicais”, escreveu o desembargador relator Heleno Ribeiro Pereira Nunes, do Órgão Especial do TJ-RJ, no acórdão.

Movida desde outubro por Flávio Bolsonaro, a ação direta de inconstitucionalidade questionava o fato da lei 8120/2018 estabelecer novas obrigações para as concessionárias responsáveis pelos serviços de transporte público no estado. De acordo com o parlamentar, apresentações de artistas de rua nos veículos poderiam representar risco para segurança e o bem-estar dos passageiros.

Veja a lei 8210/2018 clicando aqui.

Victor Chaves Zapala: Cantor da dupla Victor & Leo acusado de agredir a esposa Poliana Bagatini

Algumas das matérias que falam sobre a acusação da esposa de Victor, Poliana Bagatini:

Mulher de Victor, da dupla Victor & Leo, presta queixa de agressão contra o cantor em Minas [Portal G1]
Victor, da dupla com Leo, é acusado de agredir esposa grávida [Revista Quem]

Poliana Bagatini foi até uma delegacia da Polícia Civil por volta das 11h da manhã de 24.02.2017 e encaminhada à Delegacia da Mulher de Belo Horizonte, em Minas Gerais.

Leia também:
Fãs de Victor, da dupla com Léo, se revoltam após cantor ser acusado de agredir mulher grávida [R7 Entretenimento]

Victor Chaves e Poliana Bagatini (foto de Manuela Scarpa/ Brazil News)

Victor Chaves e Poliana Bagatini (foto de Manuela Scarpa/ Brazil News)

Barra Music: Interdição continua em outubro de 2016

De acordo com o site do jornal O Dia, os desembargadores da 18ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro decidiram, em 29.09.2016, manter a interdição da casa de shows Barra Music, em Jacarepaguá, Zona Oeste. O local está fechado desde julho de 2016:

Na sessão, os magistrados negaram provimento ao recurso pedido pela empresa Crer Shows e Entretenimento, dona da casa de espetáculos, contra o município do Rio de Janeiro, que fez a interdição do local por falta de “habite-se”.

A empresa alegou que o procedimento para a concessão do “habite-se” está em tramitação e não foi concluído por demora da administração pública. Argumentou ainda que o local possui autorização para funcionamento do Corpo de Bombeiros. Segundo ela, o encerramento das atividades prejudicará centenas de funcionários, além de existir inúmeros eventos agendados.

De acordo com o TJ, a empresa afirmou que o município do Rio pediu a suspensão da decisão administrativa até a concessão do “habite-se” ou estabelecido um prazo para regularização antes do encerramento das atividades. Os magistrados que compõem a 18ª Câmara Cível seguiram o voto do relator do processo, desembargador Carlos Eduardo da Fonseca Passos.

A notícia foi encontrada clicando aqui.

Matéria sobre o Clube Caiubi no Jornal do Commercio de 12.01.2015

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Link para a matéria completasobre o Clube Caiubi no Jornal do Commercio de 12.01.2015:

http://jconline.ne10.uol.com.br/canal/cultura/noticia/2015/01/12/caiubi-um-clube-de-autores-que-aprendeu-a-lidar-com-a-crise-163841.php

Um trecho:

Na última década, compositores ligados ao Caiubi têm vencido vários deles. Sonekka comentou sobre estas participações e a importância dos certames: “Se for levar de maneira estrita, as vitórias do pessoal do Caiubi seria por causa do volume de gente que se considera do clube. Na realidade é que o núcleo criativo central e mais antigo do Caiubi raramente fica de fora de premiações. Posso falar por mim mesmo. Ao ganhar o Fampop de Avaré, fui parar no CD da Luiza Possi. Até dividi palco com ela. É vitrine de qualidade. O lance de festivais só cresce, porque é uma maneira relativamente fácil de atrair verba pra cultura. O festival de Avaré tem 32 anos, o de Ilha Solteira fez 40. Pelo de Avaré passaram Chico César, Lenine, Zeca Baleiro e Jorge Vercilo.”

No último festival da TV Cultura, a música Classe média, do caiubista Max Gonzaga, foi a favorita do público e seu vídeo virou viral na internet. No Fampop (o festejadíssimo Festival de Avaré) deste ano, os principais prêmios ficaram com caiubistas. O primeiro lugar foi de Bárbara Rodrix, o segundo Fábio Adore e o terceiro Alexandre Lemos. Levaram também o prêmio de melhor letra, Fernando Cavalliere e Sonekka. Este, em parceria com Zé Edu Camargo, venceu o Fampop de dois anos atrás. Em outros festivais aconteceu o mesmo. Com a vitória de caiubistas como Ziza Padilha (Pará), Zé Alexandre (Rio), a dupla Apá Silvino e Gilvandro filho, ganhando respectivamente em Belém (PA), Rio e em Fortaleza (CE).

O citado jornalista Gilvandro Filho é um bom exemplo do papel do Caiubi em revelar vocações. Recomeçou a compor na M-Música e no Caiubi. Hoje, com mais de 20 parcerias, já tem cerca de 300 canções. “Fiz músicas com mais de 20 parceiros. Alguns viraram amigos e eu ainda nem os conheço pessoalmente, como o pantaneiro Eduardo Franco. Os mais constantes são Apá Silvino, Sonekka, Tavito, o mato-grossense Gilson Espíndola, o paraense Ziza Padilha, o curitibano Iso Fischer e a pernambucana Adriana B”, conta Gilvandro que tem 30 músicas gravadas. Há três anos, ele ganhou, com Apá Silvino, o I Festival de Música Brasileira do Ceará, com a canção Janela aberta. Para o pernambucano e tantos outros autores de várias regiões da federação, trocadilho à parte, o Caiubi foi uma janela aberta para criar uma música que, de outra maneira, provavelmente, teria ficado restrita a parentes e amigos próximos.

Samba Futebol Clube: Opinião

 

 
MÚSICA VOCAL, FOSFOSOL E O CLUBE DA BOLINHA
(Tommy Beresford, 21.05.2014)

Preparativos, convocações, expectativas, protestos… Estamos em pleno “inferno astral” da Copa do Mundo 2014 que — finalmente — será realizada no Brasil. Faltando pouco mais de vinte dias para o mundial, o país do futebol está a cada minuto mais desejoso de que o torneio chegue logo e, sendo a copa nas terras brasileiras, todos os setores do país estão voltados para este grande certame, inclusive o cenário cultural, certo ?

Nem tanto. Quando a escolha das sedes foi anunciada, otimista que sou, achei que todas as cidades se encheriam de espetáculos, musicais, lançamentos de livros e peças de teatro em torno do “fator bola”. Mas onde estão afinal esses eventos ? Pelo menos no Rio de Janeiro, onde as ruas estão mais para faixas de protesto do que flâmulas verde-amarelas, só encontro uma grande estreia futebolística nos palcos da cidade neste mês de maio que precede a chamada Copa das Copas.

Que seja assim então. “Samba Futebol Clube”, em cartaz no CCBB-RJ, vale por muitos. Juntar samba e futebol parece fácil, e o espetáculo poderia cair no lugar comum de ser um desfile de músicas de fácil apelo popular untadas com coreografias que remetessem simplesmente ao movimento dos pés. Mas o diretor Gustavo Gasparani optou por escolher a dedo cada profissional com quem trabalhou na produção deste espetáculo, como num concurso onde cada quesito é decisivo: como se fosse, por exemplo, o desfile de uma escola de… samba.

E só houve acertos. A começar pelo excelente roteiro, com falas claras, emocionantes e acessíveis ao público, resultantes de um trabalho de busca cuidadoso de João Pimentel: numa peça que prima pela música, os deliciosos textos são a grande surpresa e, sem dúvida, o principal trunfo da encenação. O primeiro ato (ou, se preferirem, primeiro tempo) é focado mais nos torcedores e jogadores do dia a dia, com destaque para divertidas homenagens aos times cariocas; o segundo, ainda melhor que o primeiro, é mais emocional, e joga luz na abrangência do futebol, reverenciando grandes ídolos de todos os tempos e a alegria deste esporte conhecido e celebrado no mundo inteiro.

E faça-se de fato a luz: com a irretocável iluminação de Paulo César Medeiros engrandecendo os adequados figurinos de Marcelo Olinto e a discreta cenografia de Marcelo Lipiani, há muitos atrativos inclusive visuais para o espectador. E que bom: tomara que todos voltem mais de uma vez, até porque há muitos detalhes que merecem ser apreciados com cuidado; os vídeos, por exemplo, são um espetáculo à parte. Amantes de futebol de todas as idades se emocionarão ao se depararem com grandes ídolos de todos os tempos, muitos já esquecidos, outros relegados ao ostracismo. “Samba Futebol Clube” dá uma boa espanada em nossa empoeirada memória, nos fazendo relembrar de quem de fato tornou este esporte grandioso em nossos campos.

As canções, ora belas, ora emblemáticas, fruto inicial de uma pesquisa bem executada por Alfredo Del Penho e inteligentemente selecionadas pelo diretor, não estão ali por acaso: com excelentes arranjos vocais de Maurício Detoni, que também preparou o elenco, cada canção emoldura uma legítima emoção. Com tantos trunfos para trabalhar, coube ao diretor musical Nando Duarte costurar tudo com maestria — trocadilho inevitável. Há momentos primorosos, seja na escolha das canções, seja nos arranjos vocais, mas especialmente em como tudo isso foi executado com competência técnica sem que se perdesse a emoção e o bom humor, humor aliás que ilumina todo o espetáculo.

Há que se destacar a sabedoria da produção em decidir quem deveria “defender” mais diretamente cada canção, com todas as escolhas solísticas extremamente adequadas para a característica de cada timbre, bem como os momentos onde o trabalho de grupo e as harmonizações seriam mais interessantes também para a dramaturgia, valorizando e colocando a música vocal, sempre tão bem executada pelos cariocas, no lugar de destaque que merece.

Mas nada disso funcionaria sem um elenco tão empenhado quanto correto. Seria injusto destacar apenas um ou dois de um grupo tão competente e (literalmente) afinado. Entre mais novatos e mais experientes no mundo dos musicais, Cristiano Gualda, Daniel Carneiro, Gabriel Manita, Jonas Hammar, Luiz Nicolau e Rodrigo Lima brilham intensamente mas, se é para ser injusto, não posso deixar de apontar o experiente Pedro Lima e o surpreendente Alan Rocha, de vozes tão belas quanto díspares, como incríveis geradores de atenções extremas e lágrimas furtivas. Tudo é tão belo que por vezes o público nem sabe se deve aplaudir para não macular o enlevo. Mas é preciso citar também que cada um dos ótimos cantores atua com extrema competência também como atores: as caras e bocas estão todas lá, todas bem trabalhadas e a serviço do texto e da intenção cênica proposta.

“Samba Futebol Clube” consegue mostrar ao público que história, canto e dança podem se misturar a um tema tão popular como o futebol, intercalando leveza e força, emoção e vigor, delicadeza e bom humor. É preciso destacar também que a produção contou com o auxílio luxuoso do diretor de movimento Renato Vieira, que não deu descanso para o elenco. É notório que todos tiveram literalmente que mostrar que jogam em todas as posições, em belas e, pelo menos para o público, difíceis coreografias, representando com garbo o bailar dos grandes jogadores, a alegria da torcida e o que se espera de um bom musical.

Gustavo Gasparani marcou um belíssimo gol, e se afirma como um dos mais interessantes realizadores da cena teatral carioca desta década. Com mais este instigante espetáculo, o diretor acertou ao ousar falar do óbvio com enorme competência. Sem se preocupar com firulas e superproduções, Gustavo driblou possíveis apelações do tema e atingiu em cheio a memória afetiva (e esportiva) do espectador. Ficarei agora na torcida não somente para que o Brasil consiga ser hexacampeão, mas também para que o cenário teatral carioca se contagie e nos faça muito feliz quando, como bem cita a peça, o ano finalmente começar.

(Tommy Beresford, 21.05.2014)

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