Lauro Gomes Pinto (1937-2021)

Lauro Gomes Pinto

Morreu hoje [12.03.2021], no Rio de Janeiro, o produtor musical Lauro Gomes. Ele completaria 84 anos no dia 23 de março de 2021. Via Rádio MEC:

Lauro teve uma parada cardíaca no hospital, onde tratava de um câncer recém descoberto.

Lauro Gomes Pinto começou sua trajetória na Rádio MEC após, em tom de brincadeira, pedir para produzir um programa na emissora. Para sua surpresa, em 1974, Lauro Gomes foi admitido na Fundação Centro Brasileiro de TV Educativa (FCBTVE) como Técnico de Programação Radiofônica.

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Nota de pesar da EBC:

Informamos com pesar o falecimento do experiente produtor musical e apresentador Lauro Gomes nesta sexta-feira, 12 de março, no Rio de Janeiro. Ele completaria 84 anos no próximo dia 23 de março. Lauro teve uma parada cardíaca no hospital onde tratava de um câncer recém descoberto.

Ao longo de mais de quarenta anos na Rádio MEC, produziu inúmeros programas, além de colaborar com tantos outros em uma carreira profissional marcante. Ele teve importante papel na construção da imagem que a emissora pública mantém junto aos ouvintes.

Lauro Gomes Pinto começou sua trajetória na Rádio MEC (à época, ainda Rádio Ministério da Educação e Cultura) em 9 de janeiro de 1974 como Técnico de Programação Radiofônica.

Em 1980, Lauro Gomes assumiu a produção de um dos mais antigos programas radiofônicos do país: “Música e Músicos do Brasil”. Importante marco do veículo, a série está no ar há mais de sessenta anos, praticamente metade deles sob a batuta de Lauro Gomes.

Lauro Gomes Pinto

Na atração, o produtor e apresentador abriu espaço para a divulgação do trabalho de vários musicistas, desde os mais consagrados até aqueles que iniciavam suas carreiras.

Lauro Gomes também produziu com maestria a série Sala de Concerto. Já nos anos 2000, ele realizou diversos ciclos de programas em homenagem a grandes nomes da música clássica brasileira, como Guiomar Novaes, Francisco Mignone, Nelson Freire e Bidu Sayão, a quem entrevistou em 1987.

No ano passado, a Rádio MEC prestou homenagem a Lauro Gomes no projeto Memória Rádio MEC. A iniciativa reúne depoimentos de antigos produtores e personalidades para resgatar histórias que ajudem a preservar o acervo da comunicação pública no país e a contar a história do veículo, o mais antigo da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

Lauro Gomes foi o primeiro convidado. A versão integral da entrevista está arquivada enquanto o conteúdo editado foi veiculado pela emissora na série Memória Rádio MEC, ilustrado com programas históricos realizados pelo produtor.

Emocionado, na ocasião Lauro abriu o coração ao recordar sua trajetória. “Fui um predestinado. Conhecia a Rádio MEC, mas nunca pensei em trabalhar na emissora. Vivi a Rádio MEC. A lembrança da música no Brasil é a Rádio MEC. Se a música não tocasse na Rádio MEC, não tocaria em lugar nenhum. Fiz questão de trazer o ouvinte para dentro da Rádio MEC”, contou naquela oportunidade.

A EBC presta condolências aos amigos e familiares de Lauro Gomes neste momento de perda e dor.

O velório será realizado neste sábado, dia 13 de março, a partir das 10h, no Cemitério Parque da Colina, no bairro de Pendotiba, em Niterói, no Rio de Janeiro. O sepultamento acontece às 17h.

No site Concerto:

O mundo musical carioca ficou bem mais pobre hoje – morreu Lauro Gomes Pinto, uma das figuras tradicionais e queridas do rádio brasileiro. Simpático, elegante nas maneiras e carinhoso, Lauro produziu algumas notáveis entrevistas, como alguns dos poucos registros radiofônicos longos com Bidu Sayão e Guiomar Novaes, por exemplo.

Lauro Gomes Pinto

Ele tinha 83 anos – faria 84 em poucos dias. Até o ano passado, não perdia um concerto importante da cidade. Deixou a Rádio MEC em 2014, numa reestruturação dos quadros da emissora federal que infelizmente afastou, na criação da EBC – Empresa Brasil de Comunicação, muitos produtores que não eram concursados ou como, no caso dele, já estavam aposentados e haviam sido recontratados como celetistas. É algo de se pensar se, nas searas artística e de pensamento, as regrinhas do serviço público não podem ter exceções estabelecidas. Essa decisão foi uma lástima: Lauro amava o rádio, conhecia o veículo, dava espaço importante à arte musical e lírica e sabia do que falava.

Depois que saiu da rádio, criou uma página na internet onde continuava a entrevistar e comentar, sempre bem recebido pelos artistas. Fazia muita falta na MEC. O programa “Música e Músicos do Brasil”, que ele assumiu em 1980, era de uma riqueza democrática espetacular – levava ao ar gente nova e gente consagrada.

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Texto de Thiago Regotto nas redes sociais:

Ele completaria 84 anos no próximo dia 23 de março. Lauro teve uma parada cardíaca no hospital, onde tratava de um câncer recém descoberto.
Lauro Gomes Pinto começou sua trajetória na Rádio MEC (à época, ainda Rádio Ministério da Educação e Cultura) após uma conversa, às portas do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, com Reginaldo Magalhães, seu amigo e então assessor do diretor artístico da Rádio MEC. Em tom de brincadeira, pediu a ele para produzir um programa na emissora. Para sua surpresa, seria aquele momento descontraído que lhe abriria as portas do rádio e, em 1974, Lauro Gomes foi admitido na Fundação Centro Brasileiro de TV Educativa (FCBTVE) como Técnico de Programação Radiofônica. Ao longo de mais de quarenta anos, Lauro Gomes produziu inúmeros programas, além de colaborar com tantos outros em uma vitoriosa carreira que teve importante papel na construção da imagem que a Rádio MEC mantém junto aos ouvintes.

Em 1980, Lauro Gomes assumiu a produção de um dos mais antigos programas radiofônicos do país: “Música e Músicos do Brasil”. Importante marco da radiofonia brasileira, o programa está no ar há mais de sessenta anos, praticamente metade deles sob a batuta de Lauro Gomes. Nele, o produtor e apresentador abriu espaço para a divulgação do trabalho de vários musicistas, desde os mais consagrados até aqueles que iniciavam suas carreiras.
Já nos anos 2000, produziu diversos ciclos de programas em homenagem a grandes nomes da música clássica brasileira, incluindo Guiomar Novaes, Francisco Mignone, Nelson Freire e Bidu Sayão, a quem entrevistou em 1987.