De acordo com o Diário do Nordeste, o compositor Eason Nascimento faleceu, na madrugada de 02.03.2021. O letrista estava internado em Fortaleza, após contrair a Covid-19:
As informações são da família e dos colegas da música. Ele lançou vários discos autorais, tendo canções interpretadas por cantores e instrumentistas como Rodger Rogério, Waldonys, Adelson Viana, Luizinho Duarte, Marcos Lessa, entre outros.
Eason Nascimento lançou os discos “Recado”, “Passarinho” e “Vivo a Sonhar”. Também produziu o DVD e CD “Forró Brasileiro”, em parceria com o maestro Luciano Franco e com o cantor e compositor Edinho Vilas Boas. Atualmente, estava finalizando mais um disco em estúdio com o contrabaixista e técnico de gravação Edson Sancho.
No ano de 2014, ganhou o Festival de Machinhas do Shopping Benfica, com a canção “Carnaval só Para Você”, em parceria com Luizinho Duarte. No ano seguinte, conquistou o segundo lugar no mesmo festival, também em parceria com Luizinho Duarte, com “Meu Carnaval é Paixão”.
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Texto de Alan Mendonça:
Hoje morreu Eason Nascimento, nasceu em outro canto. O conhecia pouco, mas não é preciso conhecer muito para se saber quando se é a mesma coisa. Somos letristas, somos pessoas da palavra cantada. Eason produzia cantos no sem-canto dessa cidade sem-espaço pros rouxinóis de próprio canto. Possivelmente, não haverá nenhuma nota de jornal, nenhum pronunciamento público de nenhum alto funcionário de algum baixo órgão competente. “Quem era mesmo Eason?” Podem, talvez, estarem se perguntando os tais funcionários, mas isso é muito pouco provável que se chegue a tanto. Não será decretado nenhum dia de luto. Todavia, todos os dias são de luto na cidade triste, no triste país tropical, desde antes de Alberto Nepomuceno, desde muito tempo antes da primeira pandemia da qual se tenha alguma notícia.
Tal qual Aldir, Eason morreu de Brasil, este lugar de um moderno verde-amarelo estúpido onde ninguém é inocente. Somos todos culpados do genocídio do sujeito brasileiro em espécie, corpo e cultura, uns mais outros menos, mas todos culpados com suas certezas de salvação tanto no facebook quanto nos céus.
Eason morreu. Faltou-lhe ar… faltou-lhe palco, rádio, tv, políticas públicas, gestores, vacina, cidade, país… Alguns outros rouxinóis-zumbis lhe ensaiam uma canção de despedida em silêncio. Eason, morto de morte matada, foi caçar os ouvidos de Deus, que, talvez, seja mais generoso, pois que os ouvidos dos homens estão entupidos de seus próprios umbigos.
Alan Mendonça
Fortaleza, 2 de março de 2021