Primeiro de Abril: Mentiras do mundo musical

Neste dia Primeiro de Abril de 2014, o Globo Online lembra casos curiosos de falsas informações e até falsos artistas famosos… ou não:

JT LeRoy

Laura Albert inventou um escritor — JT LeRoy — que fez o maior sucesso ao narrar, em obra “autobiográfica”, sua suposta vida de abuso sexual, prostituição e drogas. Ex-cantora de uma banda punk fracassada e operadora de disque-sexo por dez anos, Laura só se consagrou como escritora na “pele” do polêmico autor. Para não revelar sua identidade, ela e o então marido, Jeff Knoop, fizeram com que a irmã dele, Savanah, aparecesse em público como JT. Bono Vox, Madonna, Lou Reed, Gus Van Sant, entre outros, diziam-se fãs e amigos do “escritor”, que esteve na Festa Literária de Paraty (Flip) em 2005 (veja foto), até que o caso foi revelado pelo “New York Times”, em 2006. Laura foi processada e acusada de falsária, perdeu amigos, marido e direitos sobre os escritos. Em 2012, a história foi contada na peça “JT — Um conto de fadas punk”, de Luciana Pessanha.

The Masked Marauders

A revista “Rolling Stone” publicou, em 1969, uma crítica de disco fictício, propositalmente, que deu o que falar. O álbum “The Masked Marauders” teria reunido um dream team da música da época – Bob Dylan, Mick Jagger, John Lennon e outros. Seus nomes não eram revelados por questões contratuais. Um grande caô, mas a repercussão foi tanta que resolveram colocar um grupo californiano, a Cleanliness and Godliness Skiffle Band, para gravar as músicas citadas na resenha. O burburinho em torno do disco falso deu resultado: o real acabou vendendo mais de 100 mil cópias.

Milli Vanilli

Um dos casos mais clássicos de farsa no mundo da música, Milli Vanilli ganhou fama internacional no fim dos anos 1980 graças ao álbum de estreia, “Girl you know it’s true”, que rendeu um Grammy de artista revelação à dupla Fab Morvan e Rob Pilatus. Como se sabe, tudo não passou de um grande “caô”: os dois integrantes não eram cantores, e as vozes que apareciam no disco eram, na verdade, de pessoas contratadas pelo produtor alemão Frank Farian, que recrutou os dois dançarinos para dar um aspecto comercial ao projeto.

Justin Bieber

Em entrevista a uma rádio, ele anunciou que ia se aposentar da música após o lançamento do álbum “Journals”. A notícia, completamente inesperada, tomou conta da imprensa e das redes sociais. Os “beliebers” entraram em desespero. Os “haters” comemoraram. Uma semana depois, o empresário do astro teen afirmou não saber se a história era uma piada, o que deixou muita gente em dúvida. No Natal, o cantor reforçou: iria mesmo parar de se apresentar. Só que tudo não passou mesmo de uma brincadeira: os assessores de Bieber confirmaram que o objetivo da mentira era “responder à última leva de reportagens exageradas e imprecisas sobre ele”. Apesar de toda a atenção ganha por causa da farsa, os representantes do músico garantiram que a “piada” não era um plano de marketing para promover o filme “Believe”, que estava prestes a estrear. Tire suas próprias conclusões.

Mamoru Samuragochi

O músico Mamoru Samuragochi foi por algum tempo considerado o “Beethoven japonês”, porque ele compunha músicas eruditas de qualidade e era surdo. Mas em fevereiro deste ano, ele confessou que não era autor de suas sinfonias, e que tinha contratado um “ghost writer” para compor as obras. Uma semana depois, Samuragochi, de 50 anos, disse que tinha recuperado parte da audição. Em março, ele pediu desculpas a todas as pessoas que compraram seus discos.

Carlos Imperial e os Beatles

O apresentador Carlos Imperial, no programa “Os brotos no 13”, da TV Rio, fez a grande revelação: os Beatles iam gravar “Asa branca”, de Luiz Gonzaga. Embora eternamente lembrada na voz do Rei do Baião, a canção foi interpretada por centenas de artistas – mas não pelo grupo britânico. Tudo não passou de uma gozação de Imperial. Esse é um dos casos que vão rechear o documentário que Ricardo Calil e Renato Terra estão preparando sobre o personagem.

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