Paulo André Barata (1946-2023)

Paulo André Barata

O grande cantor e compositor e instrumentista Paulo André Barata faleceu após hospitalização em 25.09.2023, data de seu aniversário de 77 anos. Autor de grandes composições gravadas por inúmeros artistas brasileiros, Paulo André era natural de Belém do Pará e seu pai, o poeta Ruy Barata, falecido em 1990, foi seu mais constante e fiel parceiro. Canções emblemáticas e inesquecíveis como “Foi Assim” e “Pauapixuna”, imortalizadas por Fafá de Belém, participaram de trilhas de novelas e séries de sucesso da TV.

O velório de Paulo André será no Theatro da Paz, a partir das 22h, e o enterro na manhã de 26.09.2023, no cemitério Santa Izabel.

Leia mais sobre a carreira e a obra de Paulo André em
https://dicionariompb.com.br/artista/paulo-andre-barata/

Um trecho:

Teve as suas primeiras obras, “Indauê Tupã” e “Esse rio é minha rua”, parcerias com Ruy Barata, gravadas por Fafá de Belém em 1976 no LP “Tamba Tajá” que lançou a cantora nacionalmente. No ano seguinte, teve gravadas também por Fafá as músicas “Pauapixuna” e “Foi assim”, essa última, um dos maiores sucessos da carreira da cantora, em parcerias com Ruy Barata. Fafá de Belém gravou no Lp “Banho de cheiro”, em 1978, as canções “Carta noturna”, “Baiucas Bar” e “Banho de cheiro”, que deu nome ao disco, parcerias com Ruy Barata. Nesse ano lançou o LP “Nativo” gravado na Continental. Fez sozinho a música “Mesa de bar” e com Ruy Barata, “Pacará”, gravados no LP Estrela radiante”, da cantora paraense. Em 1997, lançou o CD duplo “Uirapuru”, patrocinado pela Secretaria da Cultura do Estado do Pará e que contou com as participações especiais de Sérgio Ricardo, Jane Duboc, Lucinha Lins, Gilson Peranzzetta, Robertinho Silva e Maurício Einhorn, entre outros.

Paulo André Barata

Além das dezenas de composições com o pai Ruy Barata, Paulo André teve diversos outros parceiros: o também saudoso João Donato (na clássica “Nasci Para Bailar”), Paulo César Pinheiro (em “Som Brasileiro”), Nilson Chaves (em “Dois Rios”), Aníbal Beça (em “Ainda Um Rio”), “Alfredo Oliveira” (em “Além Do Luar”), Edyr Proença (em “Fantasia”), Jesus Paes Loureiro (em “Marujada”), entre outros.

Outro site importante lista estas parcerias:
https://immub.org/compositor/paulo-andre-barata

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Em setembro de 2023, poucos dias antes do falecimento, esta parceria de vida e na música entre pai e filho foi celebrada com o lançamento do álbum “A música de Paulo André e Ruy Barata” que chegou às plataformas digitais em 21.09.2023. O disco reúne as vozes de 25 intérpretes, entre as quais Fafá de Belém (que imortalizou diversas canções da dupla com Ruy, como a supracitada “Foi Assim”, agora regravada por Maria Rita), Dona Onete, Jane Duboc, Lia Sophia, Mônica Salmaso, Zeca Baleiro e Zeca Pagodinho, entre outros. O projeto apresentará ainda, em breve, uma edição física em CD duplo produzido pela gravadora Biscoito Fino.

Em matéria do Diário do Pará (leia mais aqui):

Cuidadosamente planejado para reverenciar o centenário de nascimento de Ruy Barata, em 2020, o projeto foi criado pelo jornalista Tito Barata, irmão de Paulo e filho de Ruy, que assina a direção geral. Contou com a consultoria do próprio Paulo André e foi produzido por José Milton, nome que produziu outros grandes artistas, como Nana Caymmi e Emílio Santiago. O álbum revisita a obra musical de Ruy Barata passeando por composições que marcaram o trabalho genial de Ruy e seu filho, incluindo boleros, merengues, MPB, sambas e carimbós.

“O álbum é maravilhoso. Os arranjos e orquestrações das músicas são um espetáculo à parte, com performances de Cristóvão Bastos, Jacinto Kahwage, Luiz Pardal e Rildo Hora que caíram como luvas nas vozes dos intérpretes. Isso sem falar no talento do produtor José Milton, que já produziu todas as grandes estrelas da MPB e tem dois Grammy no currículo. Nosso pensamento estava voltado e focado na obra de Paulo e Ruy, que vi nascer em nossa casa da Generalíssimo, em Belém, e o apoio da Universidade Federal do Pará, via o reitor Emmanuel Tourinho, o vice Gilmar Pereira e o pró-reitor Nelson Souza foi fundamental para a realização deste trabalho”, afirma Tito.

Texto de Mauro Ferreira sobre o álbum:
Maria Rita abre songbook com obra de Paulo André e Ruy Barata, compositores de ‘um país que se chama Pará’

Links para ouvir “A música de Paulo André e Ruy Barata”:
https://orcd.co/amusicadepauloandreruybarata
https://spotify.link/dQqDs8O0gDb
https://www.youtube.com/watch?v=yM-bioNR9Uk

Uma matéria mais antiga, de 2018:
Paulo André Barata lança novo disco com regravações e inéditas, após 20 anos longe de estúdios

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Mensagem do irmão Tito Barata nas redes sociais:

Hoje, 25 de setembro, dia em que completou 77 anos, meu querido irmão PAULO ANDRÉ BARATA partiu para o céu infinito. Foi músico e compositor paraense de quatro costados. Torcedor do Paysandu e do Fluminense. Amou os animais e cantou a Amazônia. Dedicou sua vida à criação artística e ao bem comum.

Que DEUS o proteja, conduza e o ampare em sua nova caminhada e morada.
UM BEIJO, MEU IRMÃO.

A Secretaria de Estado de Cultura (Secult) do PA divulgou nota:

“Um ícone da cultura paraense, Paulo André teve como grande parceiro artístico e musical, seu pai – o poeta Ruy Barata. Juntos compuseram grandes sucessos que retratam o Pará e a Amazônia, entre eles, as músicas “Foi Assim” e “Pauapixuna”, clássicos que alcançaram reconhecimento internacional”.

“A partida de Paulo Andre Barata representa uma grande perda para a música brasileira. A Secult se solidariza com amigos e familiares.”

Update 26.09.2023 – Matérias da imprensa a respeito:
Poeta e compositor Paulo André Barata morre no dia do aniversário, aos 77 anos [O Liberal]
Morre, em Belém, o poeta e compositor Paulo André Barata, no dia do aniversário de 77 anos [G1]
Paulo André Barata: amigos e familiares se despedem em Belém [DOL]
Fafá de Belém chora ao lamentar morte do compositor Paulo André Barata [GShow]

A emocionada homenagem de Fafá de Belém no Instagram:
https://www.instagram.com/reel/CxoiiNPu0ik/

“Nada que eu fale ou escreva será do tamanho da minha dor. Recebo atordoada a notícia da partida de Paulo André Barata. Estou embarcando de volta ao Brasil, depois de uma semana em que conseguimos falar de Amazônia através dos olhos dos Amazônidas. Onde conseguimos – julgo, pela primeira vez, cantar a Amazônia por cantores, compositores, e a música do nosso Pará. Eu tô completamente atordoada, porque algumas pessoas nós nunca imaginamos que irão embora da nossa vida. Há quase 50 anos, junto com Paulo André e Ruy, nós abrimos clareiras, nós rompemos matagais descalços com o facão afiado da poesia de Ruy e a música de Paulo André. Juntos, nós recolocamos um estado chamado Pará na rota do Brasil.” (Fafá de Belém)

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Em sua discografia estão álbuns lançados desde os anos 70, como o LP Nativo (1978), e projetos como o “Uirapuru – O Canto da Amazônia”, do final dos anos 90:

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Ouça “Nativo”, LP de 1978:

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Ouça “Amazon River”, LP de 1980:

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Abaixo, um vídeo produzido pela lista “M-Música” — amigos que há mais de 23 anos celebram juntos, virtual e/ou presencialmente, a magia da boa música — que construiu afetivamente uma versão do clássico de Paulo André e Ruy Barata, feita durante o período de isolamento social, em homenagem aos 100 anos do nascimento de Ruy Barata:

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