A coluna de Ancelmo Gois no jornal O Globo desta segunda, 25.10.2010, traz uma entrevista de Marceu Vieira com Beth Carvalho:
Beth Carvalho, depois de um ano e dois meses, fez sua primeira aparição pública segunda passada. A grande cantora brasileira foi em cadeira de rodas, valente, à festa dos artistas para Dilma, no Teatro Casa Grande. Aos 64 anos, foi uma das mais aplaudidas. Merece.
Como foi receber palmas de novo depois de tanto tempo?
— Foi muito emocionante. Eu chorei tanto. Eu me senti feliz por poder participar, por me sentir querida. Com certo sacrifício físico. Mas lá fui eu.
O que houve com você?
— Tudo começou em agosto de 2009. Tive um problema na coluna e fui operada. A cirurgia deu certo. Mas contraí uma infecção hospitalar. Venci essa luta. Vim para casa, achando que estava tudo bem. Faria show no réveillon. Aí, em casa, tive fratura no sacro. Essa é que foi difícil. Porque fui obrigada a ficar o tempo todo deitada. Era algo que não se podia engessar. Para consolidar, eu teria de ficar na cama. Nem assim consolidou. Tive de fazer outra operação, pôr dois parafusos. Finalmente, consolidou. Já fico de pé.
Você tem cantado em casa?— Tenho. É tão bom. Gravei aqui minha participação no DVD do Monarco (o grande sambista da Portela). Eles trouxeram a equipe toda e gravamos.
Quanto tempo ainda vai demorar para voltar aos palcos?
— Demora ainda uns quatro meses essa história. Tenho paciência. Nem sabia que tinha tanta. Um ano deitada não é fácil. Acho que consegui pelo carinho, por tanta manifestação de amor. Os amigos ligando o tempo todo.
Já pensa no próximo CD?
— Eu já estava selecionando músicas para o novo CD quando tudo aconteceu. Poderia até gravar em casa, mas não quero. Quero estúdio mesmo. Vou esperar um pouco para ficar firme.
O CD já tem nome?
— Tem. Vai se chamar “Brasileiríssima”. É como, mais do que nunca, eu me sinto. Será produzido pelo Rildo Hora.
Como está a rotina nesses dias?
— Faço fisioterapia todo dia. Pego sol. Estou muito contente. Não esperava tanto amor, tanto carinho da minha família, dos amigos, de todo mundo. Eu gosto de viver. Acho que estou saindo dessa por isso. Pelo amor das pessoas e porque gosto de viver.
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